Um talvez... ou vários.




É sempre difícil começar. Há quem diga que terminar é pior. É muito complicado encontrar um ponto de partida. A necessidade de repassar algo me consome, mas a falta de iniciativa e de palavras me falta de vez em sempre. Me aproprio de pleonasmos para expressar o inexpressivo. 
Talvez eu fale de amor. Afinal falar de amor é fácil. Todos são tão bons em amar, sem ao menos um significado. Talvez eu fale de vazio. É. Do oco que há na humanidade crescente. Criticar é clichê, romantismo é clichê, drama também. Mas afinal, todos nós vivemos em um mundo clichê, e se ainda não, um dia viveremos um. Andamos nos perdendo, sem saída, sem ao menos um porquê.
Pregamos a  reciprocidade sem amor próprio. Somos tão amáveis por fora, mas tão secos por dentro, buscamos julgamentos, quem nos diga o que somos pelo temos. Apenas existindo e se desconhecendo. 

E o ponto de partida já partiu. 

Talvez nunca tenha existido. Talvez nunca saímos realmente do início, ás vezes você percebe que foi jogado no meio. E aquela velha história de começar de novo só existe quando se trata de escrever, e nem é de um todo certo.E na verdade, quem sabe não precisemos começar novamente. Deixemos de lado todos e recomeços e continuemos. Talvez o processo de reiniciar esteja nos prendendo ao ponto de partida, e esteja nos impedindo de evoluir. Avançar sem saber à onde ir nos faz dar voltas ao que não queremos voltar. 

E afinal, quase não falei de amor... pois não se pode citar levianamente, algo tão puro e inconsequente que ás vezes chamamos de dor.

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